Gabarito Enem 2024: 1º dia teve prova 'moderna', recheada de temas sociais
- Trending Agora
- 4 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foi considerado de dificuldade moderada, com nível semelhante ao esperado, e, para alguns participantes, mais acessível do que o do ano anterior. Ainda assim, o exame surpreendeu por incorporar temas contemporâneos, o que conferiu uma abordagem mais "moderna", segundo especialistas consultados.
Confira os principais pontos do primeiro dia de prova:
Filosofia: Questões de filosofia apresentaram maior complexidade em comparação com a prova de 2023, exigindo um domínio mais aprofundado de conceitos técnicos.
Linguagens: De acordo com professores, as questões de gramática e interpretação de texto estavam em um nível intermediário, tornando a prova mais tranquila em relação ao ano anterior. Entretanto, a extensão das perguntas exigiu dos candidatos uma gestão eficaz do tempo.
Redação: O tema da redação, "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil", foi avaliado como não óbvio, mas de fácil abordagem, alinhando-se com a proposta geral da prova.
Temas Sociais: Reforçando o enfoque em questões relevantes, as frases de abertura de cada caderno de provas destacaram trechos de obras da escritora Carolina Maria de Jesus.

A prova aplicada neste domingo (3) era composta por 90 questões de linguagens e ciências humanas, contando também com línguas estrangeiras e uma redação dissertativa-argumentativa. Ao todo, os alunos tinham cinco horas e meia para resolver todos os itens.
"De modo geral, a prova teve um nível de desafio médio. Contudo, o estudante que se preparou e realizou questões de anos anteriores não enfrentou grandes dificuldades, tendo como principal desafio a gestão do tempo", avalia Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso São Paulo.
Segundo Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso São Paulo, a prova atendeu às expectativas habituais. "Foi uma prova extensa, em que a leitura era a principal ferramenta, como já é característico do 1º dia", destacou.
Diogo D’ippolito, coordenador do Colégio e Sistema pH, também considerou que o exame manteve um nível de complexidade moderado e seguiu o padrão tradicional em termos de formato e conteúdo.
Os temas abordados no exame foram o grande destaque, de acordo com os professores. Para Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, o Enem apresentou uma abordagem moderna, conectada a questões sociais envolvendo mulheres, indígenas e negros.
A seguir, veja a análise dos especialistas sobre as principais disciplinas da prova deste domingo. As questões de educação física, descritas como altamente interdisciplinares, não foram comentadas separadamente.
Filosofia
As questões de filosofia na prova de ciências humanas foram apontadas pelos professores como especialmente complexas, exigindo um bom nível de compreensão dos conceitos discutidos.
Rafael Lancelloti, professor do Cursinho da Poli, destacou que as questões de filosofia foram mais desafiadoras este ano, exigindo conhecimento sobre teorias e filósofos. “As questões estavam um nível acima, precisando que o aluno tivesse um certo domínio sobre ética e epistemologia, mas eram bem elaboradas”, afirmou.
Mário Marcondes, da Plataforma Ferretto, também considerou o nível elevado das questões de filosofia, destoando do restante da prova, enquanto Henrique Morele, do Colégio Oficina do Estudante, comentou que a questão sobre posicionamentos filosóficos (número 49 na prova amarela) era particularmente reflexiva. Ele explicou que “os alunos precisavam de boa habilidade de leitura e de relembrar conceitos técnicos, como o termo 'epistemologia'”.
Língua Estrangeira - Inglês
Marcio Pantoja, do Colégio Oficina do Estudante, avaliou que as questões de inglês tiveram dificuldade média, mantendo o padrão dos anos anteriores. Mariana Billia, do Grupo Etapa, acrescentou que a prova foi clara e variada, com textos bem estruturados e alternativas diretas, facilitando a resolução para os candidatos atentos.
Língua Estrangeira - Espanhol
Luiz Otávio Ciurcio Neto, do Poliedro Curso São Paulo, disse que o exame de espanhol exigiu apenas conhecimento básico, com um nível considerado tranquilo. Segundo ele, era possível resolver as questões sem dominar a língua profundamente, usando a assimilação.
Português
Wander Azanha, diretor do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, avaliou que a prova de língua portuguesa teve um nível semelhante ao de anos anteriores, com autores tradicionais e questões que exploraram variações linguísticas e referências afro-brasileiras.
Artes
As questões de arte foram interdisciplinares, associando-se a outras disciplinas. João Filho, da Plataforma Professor Ferretto, destacou a diversidade de temas, como música, artes plásticas, e a interação entre linguagens verbais e não verbais para influenciar comportamentos.
História
Rodrigo Magalhães apontou que a prova de história exigiu muita interpretação, com textos longos e apenas três questões com imagens. Ele a considerou cansativa, mas dentro do padrão do Enem. Renato Alves, do Colégio Oficina do Estudante, elogiou a pluralidade dos temas abordados, exigindo conhecimentos variados.
Geografia
Paulo Inácio, do Grupo Etapa, observou que as questões de geografia eram extensas e conceituais, mas possíveis de resolver com atenção. Luis Felipe Valle, também do Colégio Oficina do Estudante, disse que a prova teve um nível médio de dificuldade, mesclando questões conceituais mais complexas com outras mais objetivas.
Sociologia
Muitos itens de sociologia poderiam ser interpretados como de história, segundo os professores. Pedro Rennó, da Plataforma Professor Ferretto, comentou que questões sobre desigualdades étnico-raciais e sociais conectavam história e sociologia, mencionando temas como os remanescentes de quilombos e referências a movimentos como o "Black Lives Matter".
Comentarios